Eu sei, ando sumida, distante. Não é por mal, acredite, mas
às vezes a balança começa a pesar justamente para o lado errado. Eu sei que
prometi não deixar a mudança de rotina se tornar um obstáculo entre nós. Eu
prometi, você também.
E não é que eu não pense em você todos os dias ou não sinta
saudade do seu abraço e as fofocas na segunda feira, não, pelo contrário. Confesso que frequentemente me sinto mal,
pensando que talvez não tenha feito o suficiente. Chego a acreditar que o amor
não é mais o mesmo e sinto culpa por já ter me acostumado a não lhe ter mais na
minha rotina. É errado isso? Acostumar-se a algo desagradável? Não sei, acho
que faz parte.
Semana passada desejei mais do que tudo colocar uma roupa
bonita e lhe encontrar na pizzaria, como da última vez, há muito tempo atrás.
Hoje seu sorriso passou por mim e quase ouvi sua voz.
Queria que nossos horários voltassem a bater, as horas
livres – mesmo que quase inexistentes – voltassem a ser as mesmas. É doloroso pensar que não sei mais como vai a
família, a saúde ou se as coisas com aquele menino finalmente foram adiante. Angustiante
perceber que a falta que você me faz aumenta a cada dia, enquanto a dor vai
diminuindo gradativamente. Não deveria ser assim, eu não deveria me conformar
com tão pouco! Tão perto e ao mesmo tempo tão distante... O que fizeram com o
verdadeiro significado de justiça?
Enquanto lhe escrevo, escuto as músicas que ainda devem ser
comuns no seu mp3, lembro de todas as conversas sobre música, filme e moda que
costumávamos ter todas as tardes. E das piadas sem graça que você nunca
conseguia terminar de contar, rindo sem parar. Quero que saiba que ainda lembro
de você e sinto sua falta.
Desculpe se não consegui cumprir minha promessa de forma
impecável, mas não desisti de tentar. Ainda estou aí com você, palavra de amiga!
Às vezes, a distância não ajuda. Mas espero que esse contratempo desafiador sirva para que, no momento do reencontro, a amizade seja retomada - até melhor do que antes.
ResponderExcluirAbraços.