Queria eu ser um pouco menos pensante. Não menos humana, que
sente e pensa, só menos eu. Esse jeito inseguro, neurótico e ciumento que faz
transbordar pensamentos de uma mente confusa e que enlouquece, aos poucos.
A mania de pensar demais e imaginar tudo aquilo que faz mal
e corrói por dentro, o coração e a mente. O ciúme que ora me faz calar, ora me
faz falar demais e extravasar, vem se tornando algo fora do comum, e assusta as
pessoas. E me assusta.
E choro muito, o tempo todo. O que as pessoas chamam de
bipolaridade eu chamo de um pensar instável, que vai e volta em meio a
situações hipotéticas de um passado, futuro ou presente que nos causam medo.
O passado, ele que insiste em atormentar o presente maravilhoso.
E me faz distante. E perco o foco. Viver do passado, apenas mais uma coisa que
deveria ser abolida dos meus dias.
Eu, sempre tão alegre e confiante, agora me encontro sozinha
pelos cantos, fugindo de quem me faz bem. Angustiada e com medo de tudo, com medo de todos. Com
medo de mim.