Quando pequena vivia me perguntando - e perguntando a qualquer adulto que passasse pela minha frente - o porque do nome das coisas, porque depois do a vem o b e não o m, por exemplo. Porque 1+1 é 2, e porque eu também não podia inventar leis.
Hoje continuo a mesma menina curiosa, que não entende e muito menos aceita todas as convenções da sociedade. Até quando as pessoas vão generalizar, rotular e dizer o que devemos ou não fazer?
Recentemente comecei a pensar que talvez a ovelha negra da família seja muito melhor que as brancas. (Aliás, porque o ruim está associado a preto e não ao amarelo que é uma cor tão feia?)
Seria muito cômodo para a ovelha negra simplesmente vestir-se de branca e viver segundo as convenções, como muitos fazem.
De fato seria mais fácil fazer como todo mundo faz, mas impor-se diante de uma sociedade inteira requer coragem. Quantas pessoas você conhece que colocam a cara à tapa?
Com certeza não muitas, porque remar contra a corrente não é fácil. Você é criticado, visto como doido. Até de medroso é chamado, o que chega a ser irônico.
Chega uma hora que cansa brigar com o mundo, olhar para o lado e não ver ninguém lhe faz pensar em desistir. E daí? Daí você liga o foda-se e continua nadando, mesmo com a correnteza lhe puxando pro outro lado.
E você não sabe o que vai encontrar do outro lado, mas se estiver preparado para arcar com as consequências, vá. E se der medo, agarre-se nele e siga em frente.