Idéias zero.

Sentada sozinha em seu quarto, ela olhava para o lixeiro ao seu lado. Ele estava lotado de folhas amassadas, sua cabeça doía. Estava à beira do desespero. Nenhuma idéia era boa o suficiente. Ela era uma escritora experiente, a inspiração vinha nas horas mais impróprias, as idéias mais loucas e perfeitas povoavam sua mente com uma enorme freqüência. Bem, mas naquela noite tudo parecia diferente. Ela não queria que fosse diferente. Queria dormir, tinha esperança de que o dia de amanhã seria melhor. Mas ela não conseguia dormir. Não ia deitar-se até escrever algo bom o bastante. Agora era questão de honra!

Levantou-se, foi até a cozinha e bebeu um pouco de água. Voltou, sentou-se novamente e, com o lápis na mão, encarou as folhas de papel restantes à sua frente. Fechou os olhos, tentou pensar em alguma coisa. Nada. Os ponteiros do relógio pareciam mover-se mais rápido que o comum. Duas horas da manhã, ela lutava com as palavras desde às 11 da noite. Enfim, o sono e o cansaço lhe venceram e ela adormeceu.

Estava no meio do nada, um lugar completamente vazio e desconhecido. Andava sem saber para onde ir, procurando alguma coisa que ela própria desconhecia. De repente, ela sorriu. Sentou-se no chão. Olhava fixamente para o nada, como se estivesse tendo uma visão. E de fato estava.

Acordou. Olhou para o relógio. Eram quase seis horas da manhã. Pegou novamente o lápis e começou a escrever. Ela não parava nem por um segundo. As idéias pareciam fluir com muita rapidez e ela estava gostando disso.

O despertador tocou. Ela acordou –de novo- dormira sobre a escrivaninha, isso explicava a dor nas costas. Ainda com os olhos fechados, suas mãos corriam por toda a mesa a procura de algo. Achou. Abriu os olhos, a folha estava em branco. Percebeu que havia apenas sonhado. Não escrevera nada na noite anterior. Tentava lembrar da visão que tivera no sonho. Sem sucesso. Mais um dia estava começando, tinha esperança de que uma boa idéia iria surgir ainda naquela tarde. Levantou-se. Tudo que ela queria agora era um bom banho.

Comentários
2 Comentários

2 Comentários:

  1. cecília, andou me observando às duas da manhã tentando escrever? O:
    sério, me identifiquei. isso foi tão bizarro, tão surreal, tão empolgante, saber que não sou a única, que não estou sozinha... *-----*
    own, muito bom teu texto. e tu não sabe como eu me sinto honrada em te inspirar com os meus.
    one kiss, baby. :*

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  2. eu queria escrever, mas não sabia sobre o que, aí lembrei do texto no teu blog e fiz esse. lembrei de ti ^^ que bom que gostou ;**

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